sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1964

Os parceiros: Stan Getz e João Gilberto.

Essa é a quinta parte da nossa lista – espero que estejam gostando! No Brasil, muita agitação acontecia com o Golpe Militar que derrubou o presidente João Goulart do poder em 1º de abril de 1964. Fora do país a agitação acontece por conta da chegada dos Beatles aos EUA e sua ascensão nas paradas americanas. No Reino Unido a novidade é a estreia do Top of the Pops na BBC, um dos programas musicais mais famosos do mundo.

1964:

10º The Animals – The Animals
(Rock / MGM Records) – Versão americana do álbum de estreia da banda. Emula de forma arrebatadora clássicos do r&b, blues e soul com a roupagem rock and roll da Invasão Britânica. O trabalho de guitarras e órgão é brilhante e a poderosa voz do pequeno Eric Burdon de arrepiar.






9º Bob Dylan – Another Side of Bob Dylan
(Folk / Columbia Records) – Como o título dá a entender, este é um trabalho diferente de Dylan. Fortemente associado a música folk de protesto ele tentou abordar temas menos engajados e mais triviais, embora o disco não seja feito só de baladas de amor. Contém algumas de suas primeiras canções poeticamente abstratas.  





8º Otis Redding – Pain in My Heart
(Soul / Atco Records) – O álbum de estreia do soulman Otis Redding é um devastador registro de melancolia e sofrimento. Embora tenha seus momentos de descontração é trilha sonoro perfeita para os corações partidos. A forte carga emocional empregada em cada uma das faixas tornou-se marca registrada do estilo Otis Redding de cantar.





7º The Beatles – Beatles for Sale
(Rock / Parlophone Records) – Um pouco abaixo da média em termos de qualidade se comparado a outros álbuns dos Beatles, foi uma clara demonstração de desgaste. Em 1964, depois de 3 discos lançados no Reino Unido e muitas turnês eles começavam a sentir o peso de ser um beatle. Um clima autodepreciativo permeia boa parte do álbum que mistura composições próprias e rockões dos anos 50.




6º Jerry Lee Lewis with the Nashville Teens – Live at the Star Club, Hamburg
(Rock and roll / Phillips Records) – Considerado um dos discos mais selvagens de rock and roll já lançado. Apesar de ter passado por um extenso trabalho de mixagem – as gravações originais tinham uma qualidade sofrível – consegue sintetizar bem o espirito agressivo de Jerry Lee Lewis. Acompanhado pelos ingleses do Nashville Teens, o “Killer” implode o palco por onde os Beatles haviam passado dois anos antes.



5º Eric Dolphy – Out to Lunch!
(Avant-garde jazz / Blue Note Records) – Álbum póstuma do saxofonista Eric Dolphy – que faleceu 2 meses antes de seu lançamento. Um marco do avant-garde e um verdadeiro show de improvisação e liberdade musical. É como se para Dolphy não houvessem partituras. Aviso: Atenção! Os solos dos instrumentos de sopro podem fazer sua cabeça explodir.





4º Muddy Waters – Folk Singer
(Blues / Chess Records) – Depois de ganhar notoriedade como interprete de blues-elétrico, Muddy Water decidiu voltar às suas origens e gravar um disco folk. Acompahando de um time estelar que contava com o baixista/compositor Willie Dixon e o jovem guitarrista Buddy Guy. Com sua apurada técnica de bottleneck sobre uma guitarra-acústica equiparasse aos antigos mestres do blues do Mississipi dos anos 30.




3º Stan Getz & João Gilberto – Getz/Gilberto
(Bossa nova / Verve Records) – A fusão ideal entre samba e jazz. Com temas sofisticados e cheios de swing é um dos melhores registros de cooperação entre artistas de diferentes nacionalidades. João Gilberto traz a brasilidade de sua poesia e Stan Getz contribui com a leveza luxuosa do jazz americano. É o álbum de jazz mais vendido da história.






2º Bob Dylan – The Times They Are a-Changin’
(Folk / Columbia Records) – O primeiro disco de Dylan a conter somente canções autorais. Tem um clima ainda mais pesado que seu antecessor, as letras pungentes mantem-se presentes, mas com a adição de certa dose de revolta e raiva em cada palavra cortante proferida pelo cantor. É como se cada uma das faixas fosse uma mensagem direta há algum pobre coitado de quem Dylan desaprovasse a conduta e destilasse todo seu veneno de ironia e sinceridade. É considerado um marco e uma das principais fontes históricas da agitação política dos anos 60.


1º The Beatles – A Hard Day’s Night
(Rock / Parlophone Records) – O ponto de virada na carreira dos Beatles. Aqui todas as músicas foram escritas pela dupla Lennon/McCartney que começavam a mostrar um talento incrível para compor melodias de sucesso. Foi a trilha-sonora do filme homônimo estrelado pelo Fab Four (no Brasil ‘Os Reis do Iê-Iê-Iê’). Foi concebido mais voltado para o classic pop e menos rock and roll que os dois álbuns anteriores. O que não é de todo ruim, já que possibilitou o desenvolvimento de acordes ousados e harmonias vocais poderosas que se tornam inviáveis em canções mais acelerados. É um verdadeiro marco na história da cultura pop ocidental por abrir fronteiras em vários estilos musicais ao mostrar que o pop sofisticado e a crueza do rock podiam caminhar juntos. Influenciou também o início da eletrificação do folk em um dos principais movimentos que iriam surgir nos próximos anos. Hoje com a evolução da música A Hard Day’s Night pode até não parecer tudo isso que dizem por aí, mas o ‘x’ da questão é que foi o responsável por mudanças drásticas no modo de ser criar e fazer música.

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