segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Opinião dos Rumos do Vinil + Crítica Sobre O País da Desculturação

Feira de vinil em SP.

Recentemente, o ex-Oasis Noel Gallagher e outros astros emitiram sua opinião a respeito do atual revival do vinil. Como amante da música e colecionador de discos fiquei instigado a também expressar a minha opinião.
Por si só essa volta dos discos de vinil, nossos queridos bolachões, já é surpreendente! Depois de estar fadado a extinção nos anos 90, passou por altos e baixos, mas sempre seguiu por aí e nunca deixou de circular de fato.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1965

B.B. King o "Rei do Blues" detonando ao vivo com sua inseparável Lucille.

Chegamos em 1965 com muitas mudanças acontecendo. No Brasil era fundado o partido ARENA (que apoiava o governo militar) e seu opositor o MDB, nascia a emissora mais poderosa do país a Rede Globo de Televisão e começavam as primeiras manifestações contra a Ditadura Militar. No mundo, a Alemanha Ocidental e Israel restabelecem relações diplomáticas pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. O ativista negro Malcolm X (*19/05/1925 - +21/02/1965) é assassinado em Nova York e tem início a Guerra do Vietnã com a invasão dos EUA ao Vietnã do Sul.
Na música um fato inusitado: a Rainha Elizabeth II concede o título de Membro do Império Britânico aos Beatles – gerando revolta de heróis de guerra condecorados com a mesma honraria. O Fab Four faz um concerto histórico no Shea Stadium com audiência recorde de 55.600 pessoas, enquanto no Brasil era realizado a primeira edição do Festival de Música Popular Brasileira. Neste ano faleceram o cantor de jazz Nat King Cole (*17/03/1919 - +15/02/1965) e o deejay americano Alan Freed (15/12/1921 - +20/01/1965) considerado o inventor do termo “rock ‘n’ roll”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

The Velvet Underground - Loaded (1970)

Título do álbum: Loaded.
Artista/banda: The Vevet Underground.
Lançamento: 15 de Novembro de 1970.
Gravação: Abril - Agosto de 1970, no Atlantic Studios (Nova York).
Gênero(s): Rock.
Duração: 40:35 aproximadamente.
Gravadora(s): Cotillion.
Produção: Geoff Haslam, Shel Kagan e The Velvet Underground.
Nota: 4/5.




O quarto álbum de estúdio do Velvet Underground é também seu trabalho mais comercial.
Esse foi o caminho natural que o som vanguardista do grupo acabou tomando, depois de experimentações no “disco da banana” e em White Light/White Heat, colocaram no mercado o transitório The Velvet Underground de 1969, sendo Loaded o destino musical final do som deste último.
Os problemas com drogas começavam a ruir com o clima da banda, a Atlantic também não ajudava, pressionando-os para produzir algum hit, o que de uma forma ou de outra acirrou ainda mais os ânimos. O clima ficou tão insuportável que o baterista Maureen Tucker abandonou a banda – tendo de ser substituído por uma série de músicos de estúdio – e Lou Reed caiu fora logo depois das gravações, e em seguida um a um os músicos foram debandando até o Velvet acabar de vez.
O som do álbum é uma mistura do estilo de rock britânico produzido por Beatles e Stones com a música de garagem da banda. O resultado final é um rock áspero, mas bem trabalhado.
O primeiro lado da bolacha contém a maioria dos prováveis singles: “Who Loves the Sun” é um sunshine pop cheio de vida com belas harmonias vocais, a faixa “Sweet Jane” é o mais próximo que a banda chegou de um verdadeiro sucesso e tornou-se parte importante da carreira solo de Reed. “Rock & Roll” conta a história de uma garota salva pela música (na verdade trata-se de uma confissão de Lou Reed).
“Cool It Down” e “Head Held High” simulam o som energético dos Stones do final dos anos 60. A balada “New Age” traz os vocais delicados do baixista Doug Yule e supostamente fala sobre a bissexualidade de Reed em mais uma de suas canções autobiográficas, outra balada, “I Found a Reason” tem forte influência do doo-wop.
Destoando um pouco do restante do álbum temos o clima country de “Lonesome Cowboy Bill” e “Train Round the Bend” – onde mostram sua verdadeira veia bluesy.
Encerrando o álbum de forma brilhante temos o semi-épico de “Oh! Sweet Nuthin’” tratando os infortúnios da vida com extrema alienação.
O resultado final deixou Loud Reed furioso, ele acusa o guitarrista Stearling Morrison de agir pelas suas costas ao contratar os produtores Geoff Haslam e Shel Kagan para re-mixar boa parte das faixas. Portanto, podemos concluir que Loaded está para o Velvet Underground assim como Let It Be está para os Beatles.
Apesar de não conseguir atingir o topo das paradas, Loaded é repleto de grandes músicas. As composições extremamente pessoais de Loud Reed e a musicalidade única do grupo convergem muito bem em um dos meus discos favoritos dos anos 70.

Faixas:

(Lado A)
“Who Loves the Sun”
“Sweet Jane”
“Rock & Roll”
“Cool It Down”
“New Age”

(Lado B)
“Head Held High”
“Lonesome Cowboy Bill”
“I Found a Reason”
“Train Round the Bend”
“Oh! Sweet Nuthin’”

Banda (formação):
Lou Reed (guitarra-solo, guitarra-rítmica, piano e vocal)
Stearling Morrison (guitarra-rítmica e guitarra-solo)
Doug Yule (baixo, piano, piano-elétrico, bateria e vocal)
Maureen Tucker (bateria)


Músicos adicionais: Adrian Barber (bateria), Billy Yule (bateria), John Cale (órgão) e Tommy Castagnaro (bateria). 

download - Loaded (1970)
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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Meu Adeus a Phil "Philthy Animal" Taylor

Phil "Philthy Animal" Taylor nos anos 80.

Há exatamente uma semana atrás da data que começo a redigir este texto, no dia 11/11 recebi uma das mais tristes notícias do ano.
O lendário baterista da formação clássica do Motörhead estava morto. É, portanto, com muito pesar que decidi escrever sobre ele.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1964

Os parceiros: Stan Getz e João Gilberto.

Essa é a quinta parte da nossa lista – espero que estejam gostando! No Brasil, muita agitação acontecia com o Golpe Militar que derrubou o presidente João Goulart do poder em 1º de abril de 1964. Fora do país a agitação acontece por conta da chegada dos Beatles aos EUA e sua ascensão nas paradas americanas. No Reino Unido a novidade é a estreia do Top of the Pops na BBC, um dos programas musicais mais famosos do mundo.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Queen - Sheer Heart Attack (1974)

Título do álbum: Sheer Heart Attack.
Artista/banda: Queen.
Lançamento: 08 de Novembro de 1974.
Gravação: Julho - Setembro de 1974, no AIR Studios, Trident Studios e Wessex Studios (Londres), e no Rockfield Studios (País de Gales).
Gênero(s): Rock, hard rock e glam rock.
Duração: 39:09 aproximadamente.
Gravadora(s): Parlophone (Reino Unido) e Elektra (EUA).
Produção: Roy Thomas Baker e Queen.
Nota: 5/5 (estrelas).



Este é o terceiro álbum de estúdio do Queen, sua autoafirmação e seu pré-ápice musical – que aconteceria no ano seguinte com A Night at the Opera.
Podemos situar este disco no ponto exato entre a complexidade e a simplicidade que a banda estava buscando.
Menos cru que seu primeiro disco e mais palatável que o rebuscado Queen II, foi fruto de muito trabalho da banda e empenho do produtor Roy Thomas Baker em conseguir extrair a máxima qualidade dos instrumentos e caprichar na gravação das harmonias vocais que se tornaram marca registrada do Queen.
Assim como as harmonias, vários outros elementos considerados clássicos do som banda estão presentes em forma de canções pop-épicas, a maioria deles estará poderemos encontrar em todos seus trabalhos posteriores.
O primeiro lado abre com o ar circense de “Brighton Rock” que logo se transforma num rock urgente e cheio de humor – destaque para o solo destruidor de guitarra de Brian May que reivindica seu posto como um dos melhores guitarristas dos anos 70.
A microfonia e distorção de “Brighton Rock” abre o caminho para o primeiro hit mundial do grupo. “Killer Queen” conta a história de uma prostituta de luxo em forma de poesia vaudeville com uma melodia de piano simples (mas cativante) antes de cair em mais um solo de guitarra quase vitoriano. No lado um temos ainda “Tenement Funster” interpretada pelo baterista Roger Taylor começa acústica e vai ganhando peso. A dobradinha “Flick of the Wrist”/”Lily of the Valley” tem uma ligação umbilical e uma dramaticidade teatral – grande interpretação de Freddie Mercury. O riff seco e direto de “Now I’m Here” lembra o hard/boogie de bandas glam britânicas como Mott the Hoople e Slade.
A segunda metade do disco é um pouco menos inspirada e muito mais eclética. Vai de canções operísticas como “In the Lap of the Gods” até a porradaria proto-metal de “Stone Cold Crazy”, passando por baladas melancólicas, pop rock e música folk.
É impressionante o resultado onde o Queen conseguiu chegar em Sheer Heart Attack, levando em consideração que as gravações duraram apenas 3 meses e que boa parte dos trechos de guitarra foram gravados posteriormente, já que Brian May estava hospitalizado com hepatite.
Mesmo com a saúde fragilizada o guitarrista participou ativamente escrevendo canções e opinando a distância. É ele, portanto, o grande destaque de um álbum onde temos todos trabalhando em fina sintonia e em grande forma musical.
Não à toa Sheer Heart Attack alçou-os ao seleto grupo das grandes estrelas do rock.

Faixas:

(Lado A)
“Brighton Rock”
“Killer Queen”
“Tenement Funster”
“Flick of the Wrist”
“Lily of the Valley”
“Now I’m Here”

(Lado B)
“In the Lap of the Gods”
“Stone Cold Crazy”
“Dear Friends”
“Misfire”
“Bring Back That Leroy Brown”
“She Makes Me (Stormtrooper in Stilettos)”
“In the Lap of the Gods... Revisited”

Banda (formação):
Freddie Mercury (vocal e piano)
Brian May (guitarra, violão, banjo, piano e vocal)
John Deacon (baixo, contrabaixo, guitarra e violão)
Roger Taylor (bateria, percussão e vocal)

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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Chico Buarque e a Grandiosidade de "Construção"

Em 1970, o carioca Chico Buarque de Hollanda já era um dos mais respeitados cantores/compositores da MPB. Estava vivendo em seu autoexílio na Itália a aproximadamente um ano, depois de ver a ascensão do regime militar e sua forma truculenta de comando.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1963

The Beatles no início da carreira. Da esquerda para direita: George Harrison, Ringo Starr, Paul McCartney e John Lennon.

Chegamos em 1963 em nossa quarta edição. Num ano de pouca agitação política no Brasil – que recebia os jogos Pan-Ameicanos – o mundo chocava-se com o assassinado do então presidente americano John F. Kennedy (*29/05/1917 – +22/11/1963). Na música era um ano de revolução com os movimentos pacifistas pelos direitos civis defendidos por muitos artistas e a explosão da Beatlemania. Para a música a grande tragédia do ano foi o falecimento de Edif Piaf (*19/12/1915 – +10/10/1963) uma das maiores cantoras líricas da história.