quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Melhores Álbuns de 1961


Continuando nossa lista de melhores álbuns do ano. Estamos agora em 1961, ano em que John F. Kennedy toma posse como presidente americano e começa a construção do Muro de Berlim. Enquanto o Brasil se reaproxima da União Soviética os EUA cortam relações com Cuba. Na música começava um revival do blues com Robert Johnson, Jimmy Reed (e outros). O rock britânico pré-Beatles começa a surgir com força, mas o jazz ainda é predominante em termos de qualidade.



1961:

The Shadows – The Shadows
(Rock / Columbia Records) – Quando o The Shadows emancipou-se definitivamente do cantor Cliff Richards já tinha um punhado de singles subindo nas paradas de sucesso. Seu primeiro álbum solo veio para confirmar sua popularidade no Reino Unido. Rock and roll instrumental de primeira, gravado numa época mais simples em que ainda não se abusava dos excessos musicais.






9º Bobby Bland – Two Steps from the Blues
(Soul blues / Duke Records) – Álbum de estreia do soulman Bobby Bland. As longas sessões de estúdio capitaneadas pelo produtor Don Robey deram origem a um dos mais sinceros discos do século. A interpretação visceral de Bland é devidamente sustentada por uma banda que sabe como se impor sem tirar o foco do artista principal.






8º Roy Orbison – Lonely and Blue
(Rockabilly / Monument Records) – Um avanço em relação ao seu disco antecessor. Lonely and Blue mostra o lado mais doce do roqueiro Roy Orbison e o ajudou a se consolidar como um grande astro. A beleza das harmonias despertou pela primeira vez o interesse de audiófilos por rock and roll. Açucarado sem ser patético.






7º Jimmy Reed – At Carnegie Hall
(Chicago blues / Vee-Jay Records) – Ao contrario do que o titulo pode sugerir este não é exatamente um registro feito ao vivo na famosa casa de shows nova-iorquina. Trata-se na verdade de regravações das canções interpretadas por Jimmy Reed no Carnegie. Apesar da evidente tentativa de lucrar em cima das aclamadas apresentações é um disco sincero e repleto de sentimento. O tipo diferenciado de blues praticado pelo guitarrista torna o álbum ainda mais atrativo.




6º Ray Charles – The Genius Sings the Blues
(R&B / Atlantic Records) – Compilação que reuniu vários temas de blues e soul registrados entre 52-60. Quando Ray Charles anunciou que estava deixando a Atlantic, a gravadora não titubeou e colocou no mercado este apanhado de temas antigos. A palavra que resume a interpretação do “The Genius” é: Intensidade.







5º Thelonious Monk – Thelonious Monk with John Coltrane
(Jazz / Jazzland Records) – Obra de imensa delicadeza extraída de algumas sessões registradas pelo pianista Thelonious Monk juntamente com John Coltrane. Cada uma das faixas parece ter sido devidamente polida até ganhar sofisticação e luminosidade. Por vezes tem um ar de bossa nova.







4º Bill Evans Trio – Sunday at the Village Vanguard
(Jazz / Riverside Records) – O melhor disco ao vivo de Jazz de todos os tempos resume o repertorio de cinco shows no Village Vanguard, Nova York. Traz o Bill Evans Trio original inspiradíssimo em suas ultimas gravações – o contrabaixista Scott LaFaro faleceu num acidente automobilístico dias após as gravações.






3º Ornette Coleman – Free Jazz: A Collective Improvisation
(Avant-garde jazz / Atlantic Records) – Consiste basicamente numa grande improvisação dividida em dois temas gigantescos divididos de maneira interessante em dois canais: alto sax e mini-trompete (canal esquerdo), clarinete e trompete (canal direito), além de duas sessões rítmicas diferentes (uma em cada canal). Um show de improvisação, solos simultâneos e liberdade musical. Pilar fundamental do free jazz.





2º John Coltrane – My Favorite Things
(Modal jazz / Atlantic Records) – Este é o primeiro disco onde Coltrane utiliza um saxofone-soprano – instrumento que estava caindo em desuso no jazz. Considerado peça fundamental do modal jazz traz harmonias complexas, mas sem deixar de ser uma audição extremamente agradável devido sua natureza leve e alegre em cada faixa.






1º Robert Johnson – King of the Delta Blues Singers
(Blues / Columbia Records) – Uma compilação essencial de temas do blues clássico da região do Delta tocado pelo mais mítico bluesman de todos os tempos: o diabólico Robert Johnson. Quando foi saiu impulsionado pelo revival do folk à música de Robert Johnson foi levada a um amplo público. Os americanos o redescobriram e os britânicos apaixonaram-se por seu estilo de tocar violão e sua voz hipnótica. Provavelmente este foi um dos álbuns que mais contribuiu para o movimento blues-rock vivido na Inglaterra nos anos 60. Sua influencia vai do entusiasta do blues Alexis Korner até o rock alternativo do White Stripes.

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