segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Tim Maia - Tim Maia (1972)

Título do álbum: Tim Maia.
Artista/banda: Tim Maia.
Lançamento: Agosto de 1972.
Gravação: Maio – julho de 1972, no Eldorado Estúdios (São Paulo) e Somil Estúdios (Rio de Janeiro).
Gênero(s): Soul, funk, baião e mpb.
Duração: 33:49 aproximadamente.
Gravadora(s): Polydor.
Produção: Tim Maia.
Nota: 3.5/5.



Em 1972 Sebastião Maia, nosso querido Tim, lançava seu terceiro álbum de estúdio. Novamente sem título definido, trazendo apenas o nome do cantor na capa e um conteúdo repleto de soul music.
Gravado num período de muitas desilusões amorosas, ao contrário de seus trabalhos anteriores tem um clima geralmente melancólico, revelando alguns breves momentos de alegria. O desempenho de Tim parece ter crescido com o acréscimo de angustia e dor em sua voz – costumo falar que grandes álbuns são gravados em períodos tristes dos artistas.
O poder de sua voz em seu terceiro disco é gigantesco, impactante, abrangente, elevando-o ao nível dos maiores soulmen americanos da época.
Logo na abertura do lado um temos a paulada de “Idade”, apesar de começar com um funk pra cima vai desacelerando e questiona: “...Quanto mais que vou sofrer? ”, até acelerar novamente. A primeira de três canções em inglês, “My Little Girl” carrega a inocência da paixão adolescente logo quebrada pelo rancor otimista de “O Que Você Quer Apostar”. O hino dos cantores por vocação “Canário do Reino” prova o interesse de Tim pela música nordestina e sua paixão pela música. “Já Era Tempo de Você” e “These Are the Songs” revelam seu bom gosto e sofisticação, com influencias do som das big bands e do classical pop refinado.
Em contraste com o primeiro lado, o segundo cai fundo na melancolia com “O Que Me Importa”, “Lamento” e “Pelo Amor de Deus”. O órgão pastoral de “Sofre” abre caminho para um desabafo de Tim que em seguida explode em acusações ácidas e um desejo avido de vingança. A brasileiríssima “Razão de Sambar” é uma mistura de tudo que rolava no país: samba rock, mpb e bossa nova. Fechando o álbum de forma digna “Where Is My Other Half” é uma balada de puro sofrimento, com violão doce, órgão cortante e belas harmonias vocais.

Faixas:

(Lado A)
“Idade”
“My Little Girl”
“O Que Você Quer Apostar”
“Canário do Reino”
“Já Era Tempo de Você”
“These Are the Songs”

(Lado B)
“O Que Me Importa”
“Lamento”
“Sofre”
“Razão de Sambar”
“Pelo Amor de Deus”
“Where Is My Other Half”

Banda (formação):
Tim Maia (vocal, violão e harmônica)

Músicos adicionais: Adolpho Pissarenko (violino), Aurélio Marcos (saxofone), Capacete (baixo), Chacal (percussão), Cidinho Teixeira (piano), Homero Gelmini (violino), Hyldon (guitarra-rítmica e baixo), José Amorim (trompete), Marcelo Pompeu Filho (violino), Maurílio Faria (saxofone), Murillo da Silva Lourdes (viola), Nelson Macedo (viola), Paulinho (bateria), Paulinho Guitarra (guitarra-solo e violão), Pedrinho (órgão e acordeão), Pinduca (vibrafone), Roberto (percussão), Waldir Arouca Barros (trompete) e Zeca (trombone).

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Opinião dos Rumos do Vinil + Crítica Sobre O País da Desculturação

Feira de vinil em SP.

Recentemente, o ex-Oasis Noel Gallagher e outros astros emitiram sua opinião a respeito do atual revival do vinil. Como amante da música e colecionador de discos fiquei instigado a também expressar a minha opinião.
Por si só essa volta dos discos de vinil, nossos queridos bolachões, já é surpreendente! Depois de estar fadado a extinção nos anos 90, passou por altos e baixos, mas sempre seguiu por aí e nunca deixou de circular de fato.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1965

B.B. King o "Rei do Blues" detonando ao vivo com sua inseparável Lucille.

Chegamos em 1965 com muitas mudanças acontecendo. No Brasil era fundado o partido ARENA (que apoiava o governo militar) e seu opositor o MDB, nascia a emissora mais poderosa do país a Rede Globo de Televisão e começavam as primeiras manifestações contra a Ditadura Militar. No mundo, a Alemanha Ocidental e Israel restabelecem relações diplomáticas pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. O ativista negro Malcolm X (*19/05/1925 - +21/02/1965) é assassinado em Nova York e tem início a Guerra do Vietnã com a invasão dos EUA ao Vietnã do Sul.
Na música um fato inusitado: a Rainha Elizabeth II concede o título de Membro do Império Britânico aos Beatles – gerando revolta de heróis de guerra condecorados com a mesma honraria. O Fab Four faz um concerto histórico no Shea Stadium com audiência recorde de 55.600 pessoas, enquanto no Brasil era realizado a primeira edição do Festival de Música Popular Brasileira. Neste ano faleceram o cantor de jazz Nat King Cole (*17/03/1919 - +15/02/1965) e o deejay americano Alan Freed (15/12/1921 - +20/01/1965) considerado o inventor do termo “rock ‘n’ roll”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

The Velvet Underground - Loaded (1970)

Título do álbum: Loaded.
Artista/banda: The Vevet Underground.
Lançamento: 15 de Novembro de 1970.
Gravação: Abril - Agosto de 1970, no Atlantic Studios (Nova York).
Gênero(s): Rock.
Duração: 40:35 aproximadamente.
Gravadora(s): Cotillion.
Produção: Geoff Haslam, Shel Kagan e The Velvet Underground.
Nota: 4/5.




O quarto álbum de estúdio do Velvet Underground é também seu trabalho mais comercial.
Esse foi o caminho natural que o som vanguardista do grupo acabou tomando, depois de experimentações no “disco da banana” e em White Light/White Heat, colocaram no mercado o transitório The Velvet Underground de 1969, sendo Loaded o destino musical final do som deste último.
Os problemas com drogas começavam a ruir com o clima da banda, a Atlantic também não ajudava, pressionando-os para produzir algum hit, o que de uma forma ou de outra acirrou ainda mais os ânimos. O clima ficou tão insuportável que o baterista Maureen Tucker abandonou a banda – tendo de ser substituído por uma série de músicos de estúdio – e Lou Reed caiu fora logo depois das gravações, e em seguida um a um os músicos foram debandando até o Velvet acabar de vez.
O som do álbum é uma mistura do estilo de rock britânico produzido por Beatles e Stones com a música de garagem da banda. O resultado final é um rock áspero, mas bem trabalhado.
O primeiro lado da bolacha contém a maioria dos prováveis singles: “Who Loves the Sun” é um sunshine pop cheio de vida com belas harmonias vocais, a faixa “Sweet Jane” é o mais próximo que a banda chegou de um verdadeiro sucesso e tornou-se parte importante da carreira solo de Reed. “Rock & Roll” conta a história de uma garota salva pela música (na verdade trata-se de uma confissão de Lou Reed).
“Cool It Down” e “Head Held High” simulam o som energético dos Stones do final dos anos 60. A balada “New Age” traz os vocais delicados do baixista Doug Yule e supostamente fala sobre a bissexualidade de Reed em mais uma de suas canções autobiográficas, outra balada, “I Found a Reason” tem forte influência do doo-wop.
Destoando um pouco do restante do álbum temos o clima country de “Lonesome Cowboy Bill” e “Train Round the Bend” – onde mostram sua verdadeira veia bluesy.
Encerrando o álbum de forma brilhante temos o semi-épico de “Oh! Sweet Nuthin’” tratando os infortúnios da vida com extrema alienação.
O resultado final deixou Loud Reed furioso, ele acusa o guitarrista Stearling Morrison de agir pelas suas costas ao contratar os produtores Geoff Haslam e Shel Kagan para re-mixar boa parte das faixas. Portanto, podemos concluir que Loaded está para o Velvet Underground assim como Let It Be está para os Beatles.
Apesar de não conseguir atingir o topo das paradas, Loaded é repleto de grandes músicas. As composições extremamente pessoais de Loud Reed e a musicalidade única do grupo convergem muito bem em um dos meus discos favoritos dos anos 70.

Faixas:

(Lado A)
“Who Loves the Sun”
“Sweet Jane”
“Rock & Roll”
“Cool It Down”
“New Age”

(Lado B)
“Head Held High”
“Lonesome Cowboy Bill”
“I Found a Reason”
“Train Round the Bend”
“Oh! Sweet Nuthin’”

Banda (formação):
Lou Reed (guitarra-solo, guitarra-rítmica, piano e vocal)
Stearling Morrison (guitarra-rítmica e guitarra-solo)
Doug Yule (baixo, piano, piano-elétrico, bateria e vocal)
Maureen Tucker (bateria)


Músicos adicionais: Adrian Barber (bateria), Billy Yule (bateria), John Cale (órgão) e Tommy Castagnaro (bateria). 

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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Meu Adeus a Phil "Philthy Animal" Taylor

Phil "Philthy Animal" Taylor nos anos 80.

Há exatamente uma semana atrás da data que começo a redigir este texto, no dia 11/11 recebi uma das mais tristes notícias do ano.
O lendário baterista da formação clássica do Motörhead estava morto. É, portanto, com muito pesar que decidi escrever sobre ele.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1964

Os parceiros: Stan Getz e João Gilberto.

Essa é a quinta parte da nossa lista – espero que estejam gostando! No Brasil, muita agitação acontecia com o Golpe Militar que derrubou o presidente João Goulart do poder em 1º de abril de 1964. Fora do país a agitação acontece por conta da chegada dos Beatles aos EUA e sua ascensão nas paradas americanas. No Reino Unido a novidade é a estreia do Top of the Pops na BBC, um dos programas musicais mais famosos do mundo.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Queen - Sheer Heart Attack (1974)

Título do álbum: Sheer Heart Attack.
Artista/banda: Queen.
Lançamento: 08 de Novembro de 1974.
Gravação: Julho - Setembro de 1974, no AIR Studios, Trident Studios e Wessex Studios (Londres), e no Rockfield Studios (País de Gales).
Gênero(s): Rock, hard rock e glam rock.
Duração: 39:09 aproximadamente.
Gravadora(s): Parlophone (Reino Unido) e Elektra (EUA).
Produção: Roy Thomas Baker e Queen.
Nota: 5/5 (estrelas).



Este é o terceiro álbum de estúdio do Queen, sua autoafirmação e seu pré-ápice musical – que aconteceria no ano seguinte com A Night at the Opera.
Podemos situar este disco no ponto exato entre a complexidade e a simplicidade que a banda estava buscando.
Menos cru que seu primeiro disco e mais palatável que o rebuscado Queen II, foi fruto de muito trabalho da banda e empenho do produtor Roy Thomas Baker em conseguir extrair a máxima qualidade dos instrumentos e caprichar na gravação das harmonias vocais que se tornaram marca registrada do Queen.
Assim como as harmonias, vários outros elementos considerados clássicos do som banda estão presentes em forma de canções pop-épicas, a maioria deles estará poderemos encontrar em todos seus trabalhos posteriores.
O primeiro lado abre com o ar circense de “Brighton Rock” que logo se transforma num rock urgente e cheio de humor – destaque para o solo destruidor de guitarra de Brian May que reivindica seu posto como um dos melhores guitarristas dos anos 70.
A microfonia e distorção de “Brighton Rock” abre o caminho para o primeiro hit mundial do grupo. “Killer Queen” conta a história de uma prostituta de luxo em forma de poesia vaudeville com uma melodia de piano simples (mas cativante) antes de cair em mais um solo de guitarra quase vitoriano. No lado um temos ainda “Tenement Funster” interpretada pelo baterista Roger Taylor começa acústica e vai ganhando peso. A dobradinha “Flick of the Wrist”/”Lily of the Valley” tem uma ligação umbilical e uma dramaticidade teatral – grande interpretação de Freddie Mercury. O riff seco e direto de “Now I’m Here” lembra o hard/boogie de bandas glam britânicas como Mott the Hoople e Slade.
A segunda metade do disco é um pouco menos inspirada e muito mais eclética. Vai de canções operísticas como “In the Lap of the Gods” até a porradaria proto-metal de “Stone Cold Crazy”, passando por baladas melancólicas, pop rock e música folk.
É impressionante o resultado onde o Queen conseguiu chegar em Sheer Heart Attack, levando em consideração que as gravações duraram apenas 3 meses e que boa parte dos trechos de guitarra foram gravados posteriormente, já que Brian May estava hospitalizado com hepatite.
Mesmo com a saúde fragilizada o guitarrista participou ativamente escrevendo canções e opinando a distância. É ele, portanto, o grande destaque de um álbum onde temos todos trabalhando em fina sintonia e em grande forma musical.
Não à toa Sheer Heart Attack alçou-os ao seleto grupo das grandes estrelas do rock.

Faixas:

(Lado A)
“Brighton Rock”
“Killer Queen”
“Tenement Funster”
“Flick of the Wrist”
“Lily of the Valley”
“Now I’m Here”

(Lado B)
“In the Lap of the Gods”
“Stone Cold Crazy”
“Dear Friends”
“Misfire”
“Bring Back That Leroy Brown”
“She Makes Me (Stormtrooper in Stilettos)”
“In the Lap of the Gods... Revisited”

Banda (formação):
Freddie Mercury (vocal e piano)
Brian May (guitarra, violão, banjo, piano e vocal)
John Deacon (baixo, contrabaixo, guitarra e violão)
Roger Taylor (bateria, percussão e vocal)

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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Chico Buarque e a Grandiosidade de "Construção"

Em 1970, o carioca Chico Buarque de Hollanda já era um dos mais respeitados cantores/compositores da MPB. Estava vivendo em seu autoexílio na Itália a aproximadamente um ano, depois de ver a ascensão do regime militar e sua forma truculenta de comando.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Melhores Álbuns de 1963

The Beatles no início da carreira. Da esquerda para direita: George Harrison, Ringo Starr, Paul McCartney e John Lennon.

Chegamos em 1963 em nossa quarta edição. Num ano de pouca agitação política no Brasil – que recebia os jogos Pan-Ameicanos – o mundo chocava-se com o assassinado do então presidente americano John F. Kennedy (*29/05/1917 – +22/11/1963). Na música era um ano de revolução com os movimentos pacifistas pelos direitos civis defendidos por muitos artistas e a explosão da Beatlemania. Para a música a grande tragédia do ano foi o falecimento de Edif Piaf (*19/12/1915 – +10/10/1963) uma das maiores cantoras líricas da história.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Stevie Wonder - Innervisions (1973)

Título do álbum: Innervisions.
Artista/banda: Stevie Wonder.
Lançamento: 03 de Agosto de 1973.
Gravação: Abril - Julho de 1973, no Record Plant Studios (Califórnia) e no Media Sound Studios (Nova York).
Gênero(s): Soul, funk.
Duração: 44:12 aproximadamente.
Gravadora(s): Tamla.
Produção: Stevie Wonder, Robert Margouleff e Malcolm Cecil.
Nota: 5/5 (estrelas).



Stevie Wonder sempre foi um artista precoce, gravou seu primeiro disco aos 12 anos e aos 23 chegou ao amadurecimento musical.
A complexidade das composições impressiona abordando temas que até hoje seguem em pauta: drogas, ética política e religião são bons exemplos.
Aqui ele prossegue o desenvolvimento musical iniciado em Music of My Mind ao utilizar em larga escala sintetizadores, e faz valer a expressão “banda de um homem só” ao tocar a maioria dos instrumentos ao longo do álbum – é mínima a participação de outros músicos.
O disco transpira groove com os sons de baixo simulados em um moog – ele foi um dos primeiros artistas a experimentar esse tipo de artifício –, mas sempre de forma orgânica sem desvirtuar a pureza do som um minuto sequer. Possui poucas passagens com guitarra elétrica, sendo conduzido basicamente por instrumentos de teclas.
Num disco cheio de grandes momentos é difícil destacar alguma faixa, mas canções como “Too High” – onde ele mostra todo seu arsenal de timbragens vocais – e a denuncia contra o racismo de “Living for the City” chamam a atenção pelo impacto.
 “Visions” e “Jesus Children of America” revelam seu crescente interesse por religiões orientais e “He’s Misstra Know-It-All” toda sua insatisfação com o presidente Richard Nixon.
O groove poderoso de “Higher Ground” faz qualquer moribundo querer balançar – meses depois do lançamento de Innervisions foi esta música que ajudou Stevie a acordar do coma depois de um grave acidente automobilístico.
As baladas de amor “Golden Lady”, “All in Love Is Fair” e o r&b-latino otimista de “Don’t You Worry ‘bout a Thing” quebram o clima tenso ao trazer temas mais agradáveis.
Abordando temas tão dispares Innervisions poderia parecer esparso, muitas vezes fora de contexto pela singularidade das letras, mas a musicalidade natural de Stevie Wonder ajudou a colar tudo em um fundo musical extremamente agradável aos ouvidos.
Álbum essencial em qualquer coleção que mostra Stevie Wonder atingindo seu auge na melhor fase da sua carreira.

Faixas:

(Lado A)
“Too High”
“Visions”
“Living for the City”
“Golden Lady”

(Lado B)
“Higher Ground”
“Jesus Children of America”
“All in Love Is Fair”
“Don’t You Worry ‘bout a Thing”
“He’s Misstra Know-It-All”

Banda (formação):
Stevie Wonder (vocal, piano, piano-elétrico, sintetizador, baixo moog, clavinete, harmônica, bateria e percussão).

Músicos adicionais: Clarence Bell (órgão), David T. Walker (guitarra), Dean Parks (violão), Jim Gilstrap (vocal de apoio), Lani Groves (vocal de apoio), Larry Latimer (congas), Malcolm Cecil (contrabaixo), Ralph Hammer (violão), Scott Edwards (baixo), Sheila Wilkerson (bongô e güiro), Tasha Thomas (vocal de apoio), Willie Weeks (baixo) e Yusuf Roahman (chocalho).


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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Odair José e a Saga da Primeira Ópera-rock Brasileira

“– Hei! Quem gravou a primeira ópera-rock brasileira?”
Se alguém lhe fizesse essa pergunta simples você saberia a resposta?
Se sim, parabéns! Se não, qual é o primeiro artista/banda que vem a sua cabeça?
Será que foi o Raul? Mutantes? Secos & Molhados? Titãs? O Terço? Ou será alguma banda brasiliense dos anos 80?
Não meus caros, o primeiro músico brasileiro a gravar uma ópera-rock foi o popularesco Odair José. Sim! Isso mesmo!!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Melhores Álbuns de 1962


Na terceira parte da nossa lista estamos em 1962. O presidente Kennedy aprova o embargo total contra Cuba. O Brasil era bicampeão da Copa do Mundo e vários países africanos conseguem a independência de seus colonizadores. Na música o revival folk ganha força com artistas menos tradicionais e mais politizados. O jazz continua forte enquanto o samba e a bossa nova chegam aos EUA e eram quebradas as barreiras musicais com mistura de gêneros e bandas multirraciais

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Procol Harum - Shine on Brightly (1968)

Título do álbum: Shine on Brightly.
Artista/banda: Procol Harum.
Lançamento: Setembro de 1968.
Gravação: 1967-68, no Advision Studios, De Lane Lea Studios e Olympic Studios (Londres).
Gênero(s): Progressive rock, psychedelic rock.
Duração: 39:09 aproximadamente.
Gravadora(s): Regal Zonophone (Reino Unido) e A&M (EUA).
Produção: Denny Cordell.
Nota: 4 / 5 (estrelas).



O segundo álbum dos ingleses do Procol Harum pode não ser liricamente tão inspirado quanto seu antecessor, mas é um disco composto por músicas poderosas que os ajudou a se consolidar como um dos grandes grupos dos anos 60.
A primeira metade do disco é um apanhado de canções ao estilo gospel – “Quite Rightly So” e a faixa-título – com um toque sofisticado de piano e órgão, e outras uma mistura elegante de blues e psicodelismo – “Skip Softly (My Moonbeams)”, “Wish Me Well” e “Rambling On” – com licks inspirados do guitarrista Robin Trower e a cozinha sempre firme de B.J. Wilson e Dave Knights.
Se resumíssemos o álbum somente em seu primeiro lado teríamos apenas um bom disco de uma grande banda. O tesouro escondido que eleva o nível do disco para clássico está no lado dois, na pérola proto-progressiva “In Held ‘Twas in I”.
Provavelmente a primeira canção megalomaníaca do rock. Uma suíte milimetricamente pensada e dividida em cinco partes distintas durante seus quase 17 minutos. Traz elementos marcantes da ópera e da música clássica. Uma canção que antecipa em 10 anos o que Roger Waters elaborou para The Wall.
Apesar das belas canções e das letras profundas, o grande mérito do Procol Harum em Shine on Brightly foi de criar uma ponte que partia do rock psicodélico e terminava em uma das primeiras obras progressivas da história.

Faixas:

(Lado A)
“Quite Rightly So”
“Shine on Brightly”
“Skip Softly (My Moonbeams)”
“Wish Me Well”
“Rambling On”

(Lado B)
“Magdalene (My Regal Zonophone)”
“In Held ‘Twas in I”: a)”Glimpses of Nirvana” / b)”Twas Teatime at the Circus” / c)”In the Autumn of My Madness” / d)”Look to Your Soul” / e)”Grand Finale”

Banda (formação):

Gary Booker (piano e vocal)
Matthew Fisher (órgão, piano e vocal)
Robin Trower (guitarra, violão e vocal)
Dave Knights (baixo)
B.J. Wilson (bateria)
Keith Reid (letras)


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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Opinião Sobre a Possível Reunião do Guns n' Roses

Alguns rumores que tem rondado o meio do rock/metal e efervescido fãs do mundo todo dizem que finalmente Axl Rose e Slash fizeram as pazes e estariam planejando uma volta triunfante da formação clássica do Guns n’ Roses.
O texto a seguir representa minha opinião a cerca dos fatos e o que eu espero de uma reunião do grupo mais adorado dos anos 80-90.
 
Da esquerda para a direita: Izzy Stradlin, Steven Adler, Axl Rose, Duff McKagan e Slash.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Melhores Álbuns de 1961


Continuando nossa lista de melhores álbuns do ano. Estamos agora em 1961, ano em que John F. Kennedy toma posse como presidente americano e começa a construção do Muro de Berlim. Enquanto o Brasil se reaproxima da União Soviética os EUA cortam relações com Cuba. Na música começava um revival do blues com Robert Johnson, Jimmy Reed (e outros). O rock britânico pré-Beatles começa a surgir com força, mas o jazz ainda é predominante em termos de qualidade.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Mott the Hoople - Mott the Hoople (1969)

Título do álbum: Mott the Hoople.
Artista/banda: Mott the Hoople.
Lançamento: Novembro de 1969.
Gravação: Maio - Julho de 1969, no Morgan Studios (Londres).
Gênero(s): Rock.
Duração: 38:26 aproximadamente.
Gravadora(s): Island (Reino Unido) e Atlantic (EUA).
Produção: Guy Stevens.
Nota: 4 / 5 (estrelas).





Assim como outros jovens grupos do Reino Unido o Mott the Hoople começou como um projeto do produtor Guy Stevens.
Curiosamente a peça central do grupo, o vocalista Ian Hunter, acabou entrando de ultima hora pouco antes de começarem a gravação deste primeiro disco.
Neste ponto ainda buscavam uma identidade própria e apoiavam-se em seus ídolos para criar um som melodicamente interessante e poderoso. Os vocais à la Dylan de Ian Hunter ecoam por todos os cantos assim como a sonoridade arrogante no estilo dos Stones do guitarrista Mick Ralphs.
As melhores faixas concentram-se no lado um: o rock afiado de “You Really Got Me” – cover instrumental dos Kinks –, as baladas dylanescas “Laugh at Me” e “Backsliding Fearlessly”.
O lado dois é mais maçante com duas faixas instrumentais e a quase paroquial “Half Moon Bay”. O primeiro hit do grupo “Rock and Roll Queen” – qualquer semelhança com o riff de “Bitch” não é mera coincidência – ajuda a levantar esta segunda metade.
Apesar de não ter uma sonoridade definida Mott the Hoople é um álbum interessante com belas harmonias de teclas e rockões na medida certa.
A estreia de uma banda imatura que ainda teria muito para mostrar.

Faixas:

(Lado A)
“You Really Got Me”
“At the Crossroads”
“Laugh at Me”
“Backsliding Fearlessly”

(Lado B)
“Rock and Roll Queen”
“Rabbit Foot and Toby Time”
“Half Moon Bay”
“Wrath and Wroll”

Banda (formação):

Ian Hunter (guitarra, piano e vocal)
Mick Ralphs (guitarra e violão)
Verden Allen (órgão)
Pete “Overend” Watts (baixo)
Dale Griffin (bateria)


Músicos adicionais: Guy Stevens (piano).


Senha (descompressão): besouro

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

10 Fatos que Comprovam a Importância dos Beatles para a Cultura Pop Mundial

Falar sobre a importância dos Beatles para o rock and roll é chover no molhado. No entanto, a passagem do “Fab Four” pelo mundo não rendeu apenas hits conhecidos mundialmente ou álbuns geniais. Além de ajudar na globalização do rock, John, George, Ringo e Paul também influenciaram de diversas maneiras – e diferentes níveis – o mundo pop comercial.
A seguir tentarei listar algumas das principais inovações ou conceitos criados por eles ou por causa deles:
 
Da esquerda para direita: George Harrison, John Lennon, Ringo Starr e Paul McCartney.

(A lista não segue nenhuma ordem de colocação, são apenas fragmentos impossíveis de serem qualificados por sua real importância).


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Apresentação: O Besouro + Melhores Álbuns de 1960

Minha paixão por música, especialmente Rock and Roll sempre me instigou a pesquisar a fundo sobre a história das bandas, dos músicos e do gênero. Em meio a estas pesquisas acabei encontrando outros ritmos que influenciaram direta ou indiretamente o mundo do Rock e que passaram a também fazer parte da minha vida.
Agora, com um pouco mais de bagagem musical, resolvi listar meu Top 10 de álbuns ano a ano – começando por 1960 onde as coisas foram ficando mais claras em termos de discos – mas gostaria de um breve resumo do meu passado que me trouxe até aqui.
Quem tiver paciência e me der licença para um resumão eu agradeço. Se não, pulem direto para a lista e muito obrigado!



A princípio como um grande fã de Rock/Metal no inicio da minha adolescência (13-14 anos) quando passei de simplesmente ouvir o que se tocava no rádio ou o que botavam para eu ouvir e me interessar em buscar uma identidade musical, algo com que me identificasse, foi ai  que com meu primeiro computador que ganhei nesta mesma idade passei a buscar músicas na internet (na época ainda discada) com muita dificuldade.
Primeiro usando o Youtube ou pesquisas através do Google busquei o pouco que conhecia através da MTV sobre Rock. Coisas típicas de quem está tentando se inserir neste mundo particular da música: Ramones, Guns n’ Roses, Ozzy Osbourne, Nirvana, etc.
Curiosamente muitas dessas bandas não me agradaram logo de cara, então fui buscando meios de poder baixar algumas músicas diferentes em MP3 (um meio recém-descoberto por mim) e poder ouvir diretamente no PC além de gravar meus próprios CDs pirata.
Foi ai que passei a utilizar o LimeWire (que foi uma verdadeira mina de ouro para um leigo), fuçando o programa e sem muito conhecimento sobre bandas simplesmente habilitei opções pré-definidas de busca como “Classic rock”, “MP3”, “Music” e os resultados foram magníficos.
Passei a conhecer muitas bandas através do LimeWire, sendo que a primeira a de fato chamar minha atenção ao ponto de buscar mais sobre ela foi o Motörhead.
Graças ao som pesado e rápido do Mr. Lemmy Kilmister e seus comparsas de bebedeira minha vida estava tomada pelo Rock & Roll.
Com o interesse crescendo a cada dia, passei a não simplesmente ouvir músicas isoladamente e buscar por álbuns (algo tão menosprezado nos dias de hoje).
Comecei a entender conceitos de trabalho e respeitar ideias por trás de discos completos – hits são bons, mas não há nada como pegar um Tommy da vida e “sentir” todo o árduo trabalho da banda para lançar aquilo como um “pacote fechado”.
Álbuns também me ajudaram a entender contextos históricos sobre como andava o mundo anos atrás, uma aula de historia interessantíssima daquelas que o ensino publica brasileiro é incapaz de oferecer.
Comecei a trabalhar aos 16 justamente para poder comprar meus primeiros álbuns originais. Lembro-me da primeira vez que entrei numa loja e comprei meu primeiro CD – na verdade foram dois – Highway to Hell (R$18) e Back in Black (R$23) do AC/DC – curiosamente lembro até dos preços.
Hoje entre vinis e CDs já perdi as contas de quantos tenho porque praticamente todos os meses eu compro algo novo – hobby que não recomendo para quem acha que pode perder o controle do seu lado mais consumista como já aconteceu comigo.
Com o amadurecimento passei a sair do “reduto do Rock” que às vezes pode nos cegar para outras coisas realmente boas e passei a consumir todo o tipo de música (de qualidade claro!).
Gosto de Soul, Blues, R&B, Funk, Jazz, Country, MPB, Samba, Música Clássica sem deixar de amar o Rock/Metal como aquele nosso “primeiro amor” por aquela namorada que não dá pra esquecer.